quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Dilma mente sobre a visita a Portugal


No último fim de semana, a Presidente Dilma e sua comitiva viraram manchete após sua passagem por Lisboa. A comitiva jantou em um dos restaurantes mais badalados da cidade e se hospedou nos hotéis mais luxuosos, ocupando um total de 45 quartos.  

Dilma estava Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, de quinta-feira a sábado. Seu destino seguinte, segundo a agenda oficial, seria Cuba. A presidente e sua comitiva, porém, desembarcaram em Lisboa.
  
Após O Estadão revelar o paradeiro de Dilma no sábado, 25, o Palácio do Planalto afirmou que se tratava de uma "parada técnica" não prevista. A versão foi dada primeiro pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social), no fim de semana, e reiterada pelo Ministro Figueiredo, em Havana.

Pela versão oficial, o plano era sair da Suíça no sábado, parar nos Estados Unidos para abastecer as duas aeronaves oficiais e chegar a Cuba no domingo. Mas o mau tempo teria obrigado a comitiva a mudar de planos na véspera e desembarcar em Lisboa.

Governo português contradiz versão sobre visita de Dilma

O diretor do cerimonial do governo de Portugal, embaixador Almeida Lima, estava escalado desde quinta-feira (23) para recepcionar Dilma e sua comitiva no fim de semana. O chef Joachim Koerper, do restaurante Eleven, disse nesta terça-feira (28) à Folha que recebeu funcionários da Embaixada do Brasil em Lisboa para uma "vistoria" na véspera da visita da presidente Dilma Rousseff e de membros da sua comitiva ao local. 

Isso contraria a versão apresentada pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) para a passagem da delegação brasileira pela capital portuguesa, fato que havia sido omitido da agenda presidencial.
Dilma e o chef Joachim Koerper, do restaurante Eleven

Mal-estar

A divulgação da parada em Lisboa aborreceu Dilma e criou mal-estar quando ela desembarcou em Havana. Ontem, o ministro das Relações Exteriores foi destacado para falar à imprensa sobre o assunto. Primeiramente, repetiu a versão oficial: "Havia duas possibilidades: ou o nordeste dos Estados Unidos, ou parando em Lisboa, onde era o ponto mais a oeste do continente. Viu-se que havia previsão de mau tempo com marolas polares no nordeste dos Estados Unidos. Então houve uma decisão da Aeronáutica de que o voo mais seguro seria com escala em Lisboa".

Depois disse que cada um dos integrantes da comitiva presidencial que jantaram no Eleven pagou sua própria despesa. "Cada um pagou o seu e a presidenta, o dela, como ocorre em todas as viagens. Foi com cartão pessoal."

A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto se limitou a informar que, "por questões de segurança", "não tece comentários sobre detalhamentos das equipes, cabendo apenas ressaltar que elas são compostas a partir de critérios técnicos e adequadas às necessidades específicas previstas para cada viagem".

A ida de Dilma a Lisboa só passou a constar da agenda oficial da presidente às 13h50 de domingo, horário de Brasília, quase 24 horas depois de a presidente chegar à capital portuguesa. Naquela hora a presidente já tinha decolado em direção a Havana.

A esta altura, está claro que o Planalto está escondendo alguma coisa. Se como disse a Presidente, cada um arcou com suas despesas — e de fato, a comitiva não poupou gastos em Portugal — qual seria o motivo para esconder essa viagem? E por que então, a Nota mentirosa sobre a parada ter sido decidida "em cima da hora"? A  pergunta que fica após esse episódio é: QUEM PAGA ESSA CONTA?

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